20 de mar. de 2016

São Paulo - Águas de Março

O ano de 2016 tem apresentado um caráter de mudança e muito aprendizado. Embalado por este clima embarquei para São Paulo para participar e contribuir no evento Highline das Mulheres. Aproveitando a viagem a SP, fiquei por mais alguns com o objetivo curtir muitos waterlines (travessia sobre a água) no evento Ecowaterline, que além de trazer diversão aos participantes cumpre seu papel social ao promover a retirada de lixo do local do evento.

Foi entre os dias 5 e 8 de Março que a Pedreira do DIB na cidade de Mairiporã - SP foi palco para o Highline das Mulhers. O evento tinha como motim reunir um grande grupo de mulheres de todos os níveis para praticar e aprender sobre o highline. Para se comunicar e alcançar a proposta o evento contava com linhas exclusivas e com prioridades para mulheres, além de palestras e workshops.

Minha participação foi com o intuito de compartilhar informações e incitar a busca por conhecimento. Montei e apresentei uma palestra falando da história do esporte, passado e presente relacionando riscos e conhecimento e falei das minhas motivações e minha trajetória no esporte. Foi extremamente gratificante compartilhar e expor o meu posicionamento perante o Slackline. O interesse, o brilho nos olhos dos ouvinte e as perguntas, são uma fonte de motivação contínua.

A pedreira com seu formato quase circular proporcionam uma infinidade de highlines e vias de escalada. Além disso, conta com um lago no centro, palco para o space waterline que garante a diversão nos dias quentes.

Fora a área dos highlines, os participantes tinham o camping e a área social em uma casa ao lado da entrada da pedreira, contando com toda estrutura para acomodar e receber as pessas. Foram dias de muita festa, alegria, aprendizado e diversão. Sempre regados a muita adrenalina e superação que comumente era refrescada por aquele chuva no final do dia, famosa água de março.

Abaixo segue alguns registros efetuados pelo fotógrafo Eduardo Silva (edu2ev - 2evfotografia.com.br)


Ray curtindo e se conectando.

Evelyn concentrada no próximo passo.

Aline tranquila na fita.
Clima de alegria e descontração entre os participantes.

Space waterline - muito requisitado nos dias de calor, trazendo muita diversão e desafio.




Aproveitando e batendo continência a todas a mulheres que fazem bonito no esporte e na vida.
Dando continuidade a semana na capital paulista, na sexta feira 11 de março embarcamos em direção a represa de Mairiporã, um pouco mais afastada que a pedreira do DIB tendo como referência de partida a cidade de São Paulo. Lá seria organizado o primeiro festival de waterline do Brasil nomeado de EcoWaterline. O festival propunha aos participantes a taxa de uma sacola de lixo recolhido, assim, além de aproveitarmos as belezas e clima na natureza, ao sair deixamos o local mais limpo e mais agradável. É uma maneira de educar através do exemplo o grande descaso do ser humano com a manutenção do meio natural. O homem esta cada vez mais capaz de usar e sujar de maneira indiscriminada estes belos locais sem preocupação alguma com o dia de amanhã.

Ao chegar fomos dar atenção ao nosso acampamento, escolhido o local, dois ficaram responsáveis pelo acampamento e os outros dois foram armar os waterlines. O local é em uma represa de águas limpas com uma enorme quantidade de árvores, todas eucaliptos. Essa espécie é muito forte e tem grande altura, tornando-se uma ancoragem perfeita para as fitas de slackline. A disposição do local na represa proporciona uma infinidade de opções para os waterlines, mas acima de tudo é uma paraíso para travessias acima de 300 metros em distância, é isso mesmo 300.

Com um grupo de 4 pessoas conseguimos no primeiro dia praticamente completar a montagem de 4 waterlines; dois de 300 metros um de 90 e outro de 60. No dia seguinte, quando oficialmente se iniciava o evento, demos início ao recolhimento do lixo. Em pouco mais de uma hora já havíamos esgotado nossos sacos, tamanha a sujeira e quantidade de objetos deixados no local. Foram aproximadamente 40 sacolas de lixo grande recolhidas durante os três dias de festival.

A região do festival sofria de um longo período de chuvas, porém o sol nos presenteou com três belos dias. Todos os presentes puderem se divertir e testar seus limites na modalidade do waterline, que a meu ver é a mais difícil, devido a ilusão de movimento causado pela água.

As linhas de 290 (montada em nylon - Fita T18) e de 300 (montada em high tech - Fita Moonwalk) foram a grande atração. Ancoradas a 13 e 9 metros respectivamente, estes waterlines contavam com leash (corda de segurança) e muitos metros de travessia. Alguns conseguiram atravessar toda a extensão e muitos puderam se divertir indo até seus limites. A montagem destas travessias com a corda de segurança (evitar a queda na água) proporcionou as pessoa se conectarem e tentarem por um maior tempo. 

Foi bonito de ver, fitas longas esticadas, muita ação e conexão junto a natureza. Isso se refletiu diretamente no desempenho e evolução do pessoal. Uma das fitas montadas, se atravessada sem quedas, se tornaria um recorde mundial de distância utilizando nylon (diferenciação de recordes por material). Além dessa grande marca, são pouquíssimas pessoas que completaram travessias com 300 ou mais metros em todo o mundo. A distância é muito impressionante, facilmente você perde a noção de escala quando alguém esta na fita.

Agradeço a mais três dias de evento maravilhosos. Consegui passar muito tempo no slackline, acima de tudo me divertindo e curtindo a natureza de uma perspectiva única. As sensações foram diversas. Me conectei ainda mais com meu eu, cheguei mais perto de alguns sonhos e alimentei tantos outros. Mudei. Sai deste evento mais confiante, sorridente e alegre. 

Neste clima de conexão e boas energias, consegui superar os pensamentos e me conectei ao presente. E assim, passo por passo cheguei ao outro lado. 

Bom, a história continua.... Deixo (AQUI) o link com a continuação do relato.

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